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Por Walter Fernandes Anacleto – Mestrando em Ciências da Educação (UTI)

O que é a mente humana? O que caracteriza os fenômenos mentais? Essas são questões que pesquisadores tentam responder há alguns séculos. Na verdade, falar de mente ou de fenômenos mentais ainda é uma coisa que nos causa estranheza. A mente é um enigma que, por sua vez, tem provocado no indivíduo humano grandes questionamentos, até mesmo pelo fato de que os fenômenos mentais são invisíveis e impenetráveis. Exemplo disso é que um neurocirurgião, mesmo podendo ter acesso à estrutura cerebral, analisando muitas células nervosas, nunca chega a ver uma ideia, um sentimento ou uma emoção. Nesse sentido, fenômenos mentais são inacessíveis à observação.

Hoje a filosofia da mente é tida como um novo método de fazer filosofia, tendo como prerrogativa a tentativa de explicar a relação entre fenômenos físicos e mentais. Nesse sentido, nasceram algumas correntes a partir de pesquisas neurofisiológicas. Vejamos: a) O materialismo – teoria que defende que não existe nada além da matéria e suas possíveis manifestações no universo. De acordo com essa visão, fenômenos mentais são idênticos aos fenômenos físicos, pois mente e cérebro são a mesma coisa, não havendo uma mente no sentido dualista, independente do corpo; b) O dualismo – teoria que sustenta que existem duas substâncias, mente e matéria, com propriedades radicalmente diferentes. Há dois tipos de dualismo, o realismo de substância, em que corpo e mente são duas substâncias separadas, e dualismo de atributo ou propriedade, em que corpo e mente são uma única substância, mas agem como se fossem duas.

Com o surgimento do eletroencefalograma, pode-se perceber a atividade elétrica do cérebro em determinadas áreas, até mesmo quando alguém está sonhando. No entanto, ainda não é possível saber com o que a pessoa está sonhando. Distinguindo cérebro e mente, pode-se afirmar que as mudanças nos estados cerebrais se dão mediante os neurônios, uma vez que estes podem ser analisados fisicamente e por isso, caracterizados, porém os elementos próprios da mente seriam imateriais e inacessíveis. Nessa perspectiva, continua, então, o problema mente-cérebro.

A ideia da criação de máquinas autônomas repletas de habilidades assemelhadas com a de seres humanos é bastante antiga e, por vezes, têm se apresentado de forma mítica e lendária. Porém, as condições cientificistas são recentes e, por isto, com o imenso avanço tecnológico, dá-se início a uma nova era na qual questionamos: o homem será capaz de fazer desaparecer a si próprio, cedendo seu espaço para que nele se instalem máquinas artificiais?

Tomando por base tal pensamento, João de Fernandes Teixeira, em sua obra O que é inteligência artificial, mostra alguns filósofos modernos, tal como Descartes, que se ocuparam dessa questão ao demostrar sua insatisfação com a ilusória promessa de que as máquinas chegariam a habilidades tão bem desenvolvidas como as pertencentes ao ser humano. Exemplo disso é a questão da linguagem humana, uma habilidade criativa incapaz de ser incorporada pela tecnologia mecânica, a qual pode, no máximo, ser uma repetidora de palavras vazias e sem significados. Nesse caso, não haveria pensamento nem criatividade ou habilidades específicas do ser humano, ao qual é atribuída a capacidade de construir conhecimento e fazer história sem necessidade de programação mediada.

Assistimos a uma corrida científica em busca da criação de computadores com inteligência artificial dotados de programas altamente sofisticados que objetivam, cada vez mais, a simulação da mente humana. Atingir o nível da inteligência humana é um desejo científico que talvez nunca ultrapasse os limites de um projeto pouco provável devido aos parâmetros físicos da estrutura humana – isso exigiria um arriscado transplante de cérebro. Além disso, criar literalmente uma máquina pensante equivaleria a abrir possibilidades de o pensamento humano ser recriado artificialmente, causando uma grande celeuma filosófica à crença de que o homem racional é um ser único e insubstituível em suas características cognitivas. Nesse sentido, cabe-nos uma reflexão mais aprofundada ao perceber que a sociedade contemporânea se encontra contrariada com alguns avanços científicos que, por vezes, mais prometem do que realizam de fato.

O filme A inteligência artificial ajuda-nos a perceber quão grandes foram os avanços científicos, principalmente na construção de robôs com aparência de seres humanos. Os teóricos da inteligência têm buscado procedimentos que causam estranheza e perplexidade. O objetivo a ser alcançado por esses cientistas seria a criação de máquinas que agissem como humanos, até mesmo sendo capazes de produzir sentimentos, tais como o afeto e o amor. Há quem pense que essa atitude seria ultrajante para a história humana, algo capaz de reduzir a identidade humana a uma pura mecanização, mas a inteligência artificial talvez nunca passe de uma pura especulação. Isso somente o futuro nos dirá!

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